segunda-feira, 21 de julho de 2008

Curso Normal Médio – formação inicial de qualidade

A profissão docente sempre foi e será importante para a sociedade. Nenhuma grande personalidade atingiu o posto que hoje ocupa sem que tenha passado pelas mãos de uma professora “primária” ou de ensino fundamental. Sobre a importância da educação e, conseqüentemente, de quem educa, Brandão assim se manifesta:
Fomos um dia o que alguma educação nos fez. E estaremos sendo, a cada momento de nossas vidas, o que fazemos com a educação que praticamos e o que os círculos de buscadores de saber com os quais nos envolvemos estão constantemente criando em nós e fazendo conosco. (BRANDÃO, 2000, p. 451)
Depois de décadas de menosprezo e abandono, o professor volta a ter sua importância reconhecida. Em conseqüência, o país vê-se diante de um fenômeno curioso: a autocomiseração de antes cede lugar a certo orgulho. Hoje em plenos anos 2000 há quem diga o inimaginável no tempo das greves do magistério dos anos 80: vale a pena ser professor!
Assim, nota-se que estamos vivendo uma fase de revalorização da docência devido as demandas dos novos tempos de mercados mais abertos, de concorrência mais feroz e de ênfase a uma formação básica de qualidade, exigindo das escolas e universidades a preparação dos sujeitos para competir e alcançar o sucesso. E essa realidade reforça a concepção de que só quem prepara é o professor!
Vale ressaltar que a imagem do docente como um missionário do saber, que existia nos tempos de nossos avós, ou do eterno militante por melhores salários, de um passado não tão distante assim, está ficando para trás. Hoje predomina a idéia do professor eficiente, que ensina melhor e consegue bons resultados com o aluno.
É a partir desta perspectiva que cresce cada vez mais em nosso país a consciência de que é preciso investir na formação dos profissionais da educação, principalmente daqueles que trabalham as bases do conhecimento (profissionais de educação infantil e ensino fundamental). Essa necessidade vem obrigando as escolas de qualidade à re-implantarem os Cursos de Formação de Professores a nível Médio, considerado como formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e Ensino Funadmental – 1°. Segmento.
Sobre isso a Resolução nº. 02, de 19 de abril de 1999, é bem clara, instituindo Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em nível médio, na modalidade normal. Essa resolução segue, pois, em conformidade com a lei 9394/96. inspirada nos princípios éticos, estéticos e políticos. (cf. Resoluçaõ CEB Nº 02/19104.99).
É em consonância com a Resolução n°.02, de 19 de abril de 1999 que o Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora – CENSA – Campos dos Goytacazes – RJ mantém seu Curso de Formação de Professores a nível médio, sendo uma referência na preparação dos docentes no norte fluminense. O CENSA foi fundado em 18 de fevereiro de 1925 na cidade de Campos dos Goytacazes – RJ e tem sua proposta pedagógica apoiada nos princípios educativos dos seus fundadores São João Bosco e Santa Maria Domingas Mazzarello. A Instituição é parte integrante do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, pertencendo a uma “rede mundial de educação e de solidariedade”, da qual fazem parte 81 escolas no Brasil e no mundo, congregando cerca de 84.000 estudantes.
Segundo Carvalho (2007, p.38) o CENSA é uma escola voltada para a cidadania evangélica e é neste contexto que se inscreve o seu Curso Normal Médio constituindo-se o primeiro passo para a formação inicial de suas futuras professoras. A política de formação continuada de professores no CENSA também é sistemática, sendo um compromisso efetivo da Instituição.
É nessa “ecologia pedagógica” que se tece a vocação para educar, pois 88% das professoras atuantes na Instituição são oriundas do seu Curso Normal Médio e agora também do seu Curso de Pedagogia, cuja preocupação centra-se na docência e na pesquisa, como condições para formar docentes comprometidas com a instituição escolar e com sua missão na sociedade.
O Curso Normal Médio, assim como todo o CENSA fundamenta-se em três pilares que sustentam o estilo salesiano de educar: RAZÃO, RELIGIÃO e AMOREVOLEZZA. Razão no sentido de criar e garantir através do diálogo a autonomia intelectual do aluno, oportunizando-o a compreensão da vida e da razão de ser das coisas, assumindo com responsabilidade as exigências para o crescimento pessoal e para a convivência no grupo. Religião como busca do sentido da vida e a alegria de viver, através de uma convivência integradora, experienciando a unidade pessoal, a mística, a ascese, com base no Evangelho. A religião impulsiona educadores e educandos a desenvolver os valores do humano e do transcendente, buscando construir o próprio projeto de vida, enquanto se inserem na comunidade de fé. A amorevolezza significa a afetividade, marca salesiana. Dom Bosco usava esta palavra para indicar amor, carinho, afeição demonstrada, familiaridade, presença. A amorevolezza é uma energia espiritual, que nasce da mística do amor de Deus para os jovens.
Pautado nestes princípios educativos, o Curso Normal Médio do CENSA oportuniza uma formação teórico-prática e reflexiva, conectada com as demandas do mundo atual, preparando suas alunas para enfrentar com compromisso, competência e responsabilidade os desafios da profissão docente no âmbito público e particular.
Visa oportunizar ainda as suas alunas, futuras educadoras: (a)Compreender de forma ampla e consistente o fenômeno e a prática educativa que se dão em diferentes âmbitos e especificidades;(b)Identificar problemas sócio-culturais educacionais, propondo respostas criativas às questões da qualidade de ensino e das medidas que visem a superar a exclusão social;(c)Estabelecer diálogo entre a área educacional e as demais áreas do conhecimento, desenvolvendo um práxis educativa, pautada na relação teoria-prática através da reflexão na ação e sobre a ação;(d)Articular ensino-pesquisa, apropriação e produção do conhecimento/saberes na construção da prática pedagógica;(e)Desenvolver metodologias e materiais pedagógicos adequados a utilização das tecnologias da informação e da comunicação nas práticas educativas;(f)Estimular o comprometimento com a ética na atuação profissional e com a organização democrática da sociedade e (g)Compreender o processo de construção do conhecimento no indivíduo inserido em seu contexto social e cultural. Nesta perspectiva, as alunas desenvolvem competências e habilidades que as tornam capazes de conhecer a realidade em que se inserem os processos educativos e desenvolver formas de intervenção, com base na compreensão dos aspectos filosóficos, sociais, históricos, econômicos, políticos e culturais que a configuram e condicionam; Compreender os vários domínios do conhecimento pedagógico e os conteúdos disciplinares específicos e respectivas metodologias numa perspectiva de formação contínua e auto-aperfeiçoamento; Articular as teorias pedagógicas e curriculares no processo ação-reflexão, envolvendo a docência, elaboração e avaliação de projetos pedagógicos e o desenvolvimento da organização e gestão do trabalho educativo; Desenvolver metodologias e materiais pedagógicos adequados a utilização das tecnologias da informação e da comunicação nas práticas educativas e compreender o processo de construção do conhecimento no indivíduo inserido em seu contexto social e cultural.
Todas essas habilidades e competências são desenvolvidas ao longo dos 3 anos do curso que funciona em regime integral e que tem como princípios educativos a pesquisa, a relação teoria-prática, a alfabetização digital e a prática reflexiva.
Isso pode ser observado nos blogs que as alunas constroem relatando suas experiências iniciais na docência através da observação nos estágios, das aulas práticas e da elaboração de uma monografia para a conclusão do curso.
Formar professores competentes e comprometidos, esse é a herança que o CENSA deixará para a Comunidade Educativa de Campos – RJ.
Liliana Azevedo Nogueira

domingo, 20 de julho de 2008

Todo dia é um desafio...

Todos nós somos capazes de superar os desafios que surgem em nossa caminhada. Entretanto, só seremos vencedores a medida em que escolhermos encarar de frente os desafios e fazer deles, degraus para alcançar a excelência como pessoa.
Precisamos acreditar em nosso potencial e lutar cada dia, cada hora, cada minuto e segundo para construir um mundo melhor, que começa é claro, dentro de cada um de nós!!!
Este vídeo traz uma mensagem para cada um que é e deseja ser um educador de verdade, pois a educação é um chamado... e um testemunho! Ser educador é ter oportunidade de deixar um legado para as gerações futuras e é nunca morrer, porque seus ensinamentos se eternizam nos corações de seus alunos!
Por isso, educar é um desafio diário, uma vocação, mas sobretudo a profissão mais necessária a construção de um novo projeto de sociedade!
Ser educador é resgatar e imprimir valores, é aceitar que temos direito de errar e acertar, é fazer renascer nos corações e mentes o desejo de ser melhor e de protagonizar uma nova história na nossa cidade, no nosso país e no mundo!
Deixe seu comentário, relacionando-o com a profissão de professor!
Um abraço!
Liliana Nogueira

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Educador : tarefa de despertar o gosto pela leitura


Vivemos num mundo em que a velocidade das informações é enorme e precisamos aprender então a geri-las, selecioná-las, mas acima de tudo transformá-las em conhecimentos e saberes. Para isto precisamos de um recurso indispensável: a leitura. A leitura no seu sentido geral amplia nossos horizontes, nos transporta ao mundo da imaginação e dos sonhos, sem contar os conhecimentos mil que acabamos adquirindo quando mergulhamos em universos desconhecidos como a literatura infantil ou infanto-juvenil, a literatura fantástica, a literatura clássica, além dos artigos políticos, econômicos, sociais, culturais e principalmente em nosso caso, a leitura pedagógica que nos remete a uma reflexão sobre a nossa ação educativa.
É extremamente relevante hoje desenvolvermos uma “cultura de leitura”, pois só assim seremos aprendizes e formadores de opinião em todo ambiente educativo, social e democrático que estivermos. Se quisermos alunos leitores é fundamental sermos professores leitores, pois segundo Freire (1980) educamos muito mais por exemplos e ações do que por palavras.
É fundamental compreender que, na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de máxima importância, representando um papel essencial, pois revela-se como uma das vias no processo de construção do conhecimento, como fonte de informação e formação cultural. Ler é um exercício de indagação, de reflexão crítica, de entendimento, de captação de símbolos e sinais, de mensagens, de conteúdo, de informações... através da leitura fazemos um intercâmbio, uma vez que possibilita relações intelectuais e potencializa outras. Permite-nos a formação dos nossos próprios conceitos, explicações e entendimentos sobre realidades, elementos e/ou fenômenos com os quais defrontamo-nos.
Neste contexto despertar o gosto pela leitura é o grande desafio da escola e dos professores, pois numa época em que os recursos tecnológicos se proliferam, nenhum deles substituirá a leitura, que é parte essencial do trabalho, do empenho, de perseverança, da dedicação em aprender.
Ademais, a leitura faz emergir idéias e reflexões sobre a prática educativa oportunizando construir e criar caminhos para redirecioná-la e ressignificá-la segundo a realidade em que atua, voltada aos interesses e às necessidades dos alunos.Nesse sentido, Freire, (1996, p.43) afirma que: “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática.”
É essencial reforçar em nossas mentes a convicção de que aprender e ensinar são práticas indissociadas e permanentemente interligadas, pois aprender com sentido é aprender e ensinar com um sonho na mente, imprimindo na alma emoções e convicções que se eternizam. E só o educador é o mediador, o interlocutor para a realização deste sonho, o sonho de cidadãos humanizados, educados, letrados e comprometidos com um novo projeto de sociedade.
É essencial neste mundo certificar de que a presença dos educadores é fundamental no grande mutirão da vida, lançando as primeiras bases que transformarão idéias em projetos, concretizados pelos nossos alunos em terra firme ou na imensidão.
A leitura abre caminhos e nos eleva a transcendência!!!
Leiam...experimentem...
Liliana Nogueira

domingo, 6 de julho de 2008

Ser professor: arte, profissão e humanização



Professor, palavra de origem latina, que significa aquele que professa ou ensina uma arte, uma técnica, uma disciplina: é o mestre. Esta profissão “árdua”, mas sublime, nos oportuniza professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se nosso aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu conosco e se tornar um sujeito que contribui para a mudança da sociedade.



No exercício da profissão docente, educar é arte, profissão, mas, sobretudo, uma postura de vida, pois fora das salas de aula e das escolas, continuamos sendo educadores na medida em que somos o tempo todo reconhecidos e identificados nas ruas por nossos ex.alunos, atuais alunos e futuros alunos. Tudo isso porque o professor é um elemento fundamental no processo de construção de valores e de uma nova sociedade, sendo responsável por despertar o desejo de aprender, de preparar e de HUMANIZAR uma geração inteira para atuar na complexidade do mundo moderno, uma geração que tenha fé na vida, no homem e no futuro que construirá.



Essa é a grande meta do educador comprometido com um projeto novo de sociedade e, para isso, concordamos com Freire quando diz que a educação transcende a instrução, pois “em lugar das aulas exclusivamente expositivas, a opção pelo diálogo. Em lugar do professor orador, a atuação do coordenador de debates e animador cultural. Em lugar de aluno, com tradições passivas, o sujeito participante de grupo. Em lugar dos conteúdos idealizadores da realidade, os temas geradores, a discussão crítico-criativa da realidade. Em lugar de treinar pessoas para simplesmente se adaptarem, formar agentes sociais de mudança.” (FREIRE, 1983, 103). Ser professor é ser emoção. Todos os dias um desafio. Cada aluno, uma lição. Cada plano, um crescimento. Ser professor é perseverar, pois, diante de tantos desafios, tem nas mãos a possibilidade de libertar e aprisionar os sujeitos do saber. Educar parece latente, é obstinação.



A docência é peculiar, pulsa firme em nossas veias, arde e queima... E no contato diário com pessoas, livros, conhecimentos e saberes nos vemos enfeitiçados pela possibilidade de ser “Parteiros de idéias” e semeadores de sonhos.



Nessa luta diária, repleta de desafios, em que o docente se vê a todo o momento tendo que decidir na urgência e agir na incerteza... é impossível voltar atrás, porque a paixão pela educação, tão típica dos educadores iniciantes, já se tornou AMOR. E a luta de muitos para educar para a vida se torna também a nossa luta. E onde está o segredo para essa metamorfose? O segredo está em nossos alunos, na nossa sala de aula, na alegria de ensinar e aprender, na realização que vem da alma e não se pode explicar.



Nesta perspectiva, falar da docência é falar das várias profissões que transpõem e se sobrepõem a esta. Enquanto professores, somos mágicos, ao fazermos malabares com diversas situações que atingem nossa imagem e a vida pessoal.



Somos atores, somos atrizes, que interpretam a vida como ela é, sentimos e transmitimos emoções ao conviver com tantas performances. Somos médicos, ao receber crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo da família, pela carência de tempo de viver a própria infância.



Somos psicólogos, ao ouvir as lamentações advindas de uma realidade dura, que quase sempre nos impede de agir diante do pouco a se fazer. Somos faxineiros, ao tentarmos lavar a alma dos pequenos, das mazelas que machucam estes seres tão frágeis e tão heróicos ao mesmo tempo.



Somos arquitetos, ao tentarmos construir conhecimentos, que nem sabemos se precisos, que nem sabemos se adequados. Ao parar e pensar, talvez seja possível encontrar, em cada profissão existente, um traço de nós professores.



Por isso, apesar de sermos muitos... somos um só... múltiplos na unidade e únicos na multiplicidade...somos professores ... educadores que professam sua fé no Humano.



A docência está em tudo, passa por todos, é a profissão mais difícil, mas a mais necessária. Ser professor é ser essência. É ter a consciência de que não sabemos as respostas, mas estamos sempre tentando. Às vezes acertamos, outras erramos, sempre mediamos.



Como professora, finalizo este texto reafirmando que a nossa presença é fundamental no grande mutirão da vida, lançando as primeiras bases que transformarão idéias em projetos concretizados pelos nossos alunos, em terra firme ou na imensidão. É preciso crer na amplitude do nosso trabalho que tem a missão de mover o mundo através do operário ou do presidente que um dia passou por nossas mãos.


Nesta perspectiva, este blog objetiva apresentar textos, relatar experiências e os desafios da profissão de professor, a fim de resgatar o espiríto protagonista que a EDUCAÇÃO possui de transformar MENTES e CORAÇÕES!


UM ABRAÇO, LILIANA NOGUEIRA.