Não é possível falar em educação de qualidade sem falar em leitura e escrita, em ciência e arte, por isso uma das prioridades da Gestão da Secretaria Municipal de Educação entre os anos de 2006-2008 voltou-se para o resgate do processo de alfabetização e letramento, numa perspectiva libertadora e significativa.
No início do ano de 2006 constatou-se o alto índice de crianças matriculadas no Ensino Fundamental entre 09 e 16 anos que ainda não tinham desenvolvido as habilidades básicas para a aquisição da leitura e escrita, muitos profissionais alegavam que estas crianças seriam fruto do regime de progressão continuada, que entre os anos de 2000 e 2006, foi entendida equivocadamente como aprovação automática.
Nesse sistema, a organização do ensino prevista na LDB/96 respeita a flexibilidade na organização por ciclos e o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Os conteúdos e os objetivos de cada série são mantidos dentro dos ciclos e da progressão continuada, com uma série de reforços paralelos e contínuos. O aluno avança com o seu grupo - série até o final de cada ciclo, onde deverá ter atingido um patamar de aprendizagem. Se não atingiu os objetivos propostos, ficará retido por um ano, para reforço das dificuldades de aprendizagem.
Segundo essa proposta o aluno deveria ter um acompanhamento contínuo da aprendizagem, com reforço e recuperação para sanar dificuldades e defasagens. Na Rede Municipal havia um programa chamado PEC (Programa de Estudos Complementares), que atendia aos alunos do 2º ao 5º ano do primeiro ciclo, que não alcançavam as habilidades e competências exigidas para o próximo ano. Contudo, este Programa pesquisas realizadas com apoio de Instituições Públicas e Pruvadas evidenciaram que este programa não funcionava como reforço escolar, mas sim como um ano de escolaridade, em que as crianças eram organizadas em turmas multisseriadas com idade entre 06 a 13/14 anos.
Nesse sistema, a organização do ensino prevista na LDB/96 respeita a flexibilidade na organização por ciclos e o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Os conteúdos e os objetivos de cada série são mantidos dentro dos ciclos e da progressão continuada, com uma série de reforços paralelos e contínuos. O aluno avança com o seu grupo - série até o final de cada ciclo, onde deverá ter atingido um patamar de aprendizagem. Se não atingiu os objetivos propostos, ficará retido por um ano, para reforço das dificuldades de aprendizagem.
Segundo essa proposta o aluno deveria ter um acompanhamento contínuo da aprendizagem, com reforço e recuperação para sanar dificuldades e defasagens. Na Rede Municipal havia um programa chamado PEC (Programa de Estudos Complementares), que atendia aos alunos do 2º ao 5º ano do primeiro ciclo, que não alcançavam as habilidades e competências exigidas para o próximo ano. Contudo, este Programa pesquisas realizadas com apoio de Instituições Públicas e Pruvadas evidenciaram que este programa não funcionava como reforço escolar, mas sim como um ano de escolaridade, em que as crianças eram organizadas em turmas multisseriadas com idade entre 06 a 13/14 anos.
Na progressão continuada, os alunos, mesmo com o aproveitamento insuficiente, eram classificados para a série seguinte, mas esse avanço precisava ser acompanhado por um conjunto de medidas pedagógicas que garantiam progredir em seu percurso escolar. O que acontecia na Rede Municipal de Educação é que esses alunos iam sendo aprovados automaticamente e o PEC não dava conta de recuperar suas dificuldades, por falha em sua operacionalização, pois não havia um atendimento que priorizasse a defasagem na alfabetização dessas crianças, bem como uma atenção individualizada que atendesse os alunos por níveis de escolaridade e aprendizagem. Nesse processo não era priorizada a capacitação dos professores, que trabalhavam de forma descontextualizada e sem um planejamento que integrasse todas as escolas.
Neste contexto, a Secretaria Municipal de Educação em 2006 resolveu extinguir o sistema de progressão continuada e conseqüentemente o PEC. No entanto, a carência desses alunos na lecto-escrita permaneceu e em 2007 para atender a essa demanda foi implementado o PROASE (Programa de assistência ao sucesso escolar). Este programa veio a suprir a necessidade de recuperar os alunos do 2º ao 5º ano de escolaridade com defasagem na leitura e na escrita e funcionava no contra-turno em que a criança estivesse matriculada, atendendo por 4 horas alunos separados em turmas organizadas pelos níveis de escrita, segundo Ferreiro (1999).
O PROASE nasceu de uma idéia coletiva de pedagogos e da própria secretária de Educação do Município e recebeu um apoio total de todos os diretores envolvidos no processo. Para que o PROASE fosse implantado houve uma série de preparações, planejamento de ações, entrevistas com diretores, professores e com os pais dos alunos participantes. A coordenação do Programa tinha uma grande preocupação em alfabetizar com qualidade e para isso o planejamento foi fundamental.
Enquanto Secretaria de Educação e conectada com as Diretrizes do Ministério da Educação e Cultura – MEC, implementamos o Programa de Assistência ao Sucesso Escolar – PROASE – inicialmente em 18 escolas, atendendo aos alunos do 2º ao 5º ano de escolaridade que apresentavam quadro de repetência relacionada as defasagens referentes à leitura, escrita e ao raciocínio lógico. A implementação do PROASE aconteceu de maneira gradativa e construtiva nas escolas municipais, contando com o apoio dos diretores, orientadores pedagógicos e de uma equipe de alfabetizadoras da SMEC que acompanharam semanalmente e quinzenalmente o desenvolvimento do programa através de visitas e capacitações.
Um aspecto interessante é que os professores participantes do PROASE passaram por uma entrevista e todos apresentavam o perfil alfabetizador, pois atuariam diagnosticando as dificuldades dos alunos e posteriormente criando atividades pautadas na Proposta de Alfabetização psico-fonética e do Pró-letramento, este último um programa do Governo Federal de formação continuada de professores, para melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nas séries iniciais do ensino fundamental. O papel do professor é realizar as devidas intervenções pedagógicas e oportunizar a evolução no processo de aquisição de alfabetização e letramento.
Além disso, os professores atuantes no PROASE participaram de capacitações no decorrer do processo, a fim de que compreendessem a concepção, sistematização e implementação do Programa, dialogando com as inferências pedagógicas na construção do sucesso escolar.
O Programa de Assistência ao Sucesso Escolar fundamenta-se na Proposta de Alfabetização Psico-fonética e no programa do Governo Federal PRÓ-Letramento, ambos pautados nas teorias de autores fundamentais na área de alfabetização, entre eles Emilia Ferreiro (1999) e Fernando Capovilla (2000).
À medida que as capacitações iam acontecendo, os professores mostravam-se cada vez mais interessados em aprender, em trocar experiências e em socializar suas conquistas com as crianças, evidenciando um estado de paixão pela proposta do Programa, pois muitas diziam que além de resgatar as habilidades de lecto-escrita, as crianças recuperavam a auto-estima e mudavam seus comportamentos nas salas de aulas regulares...Vale destacar que as atividades do PROASE eram vivas, contextualizadas com as diferentes realidades das escolas, voltadas para música, atualidade e para os desejos dos alunos.
Além disso, os professores atuantes no PROASE participaram de capacitações no decorrer do processo, a fim de que compreendessem a concepção, sistematização e implementação do Programa, dialogando com as inferências pedagógicas na construção do sucesso escolar.
O Programa de Assistência ao Sucesso Escolar fundamenta-se na Proposta de Alfabetização Psico-fonética e no programa do Governo Federal PRÓ-Letramento, ambos pautados nas teorias de autores fundamentais na área de alfabetização, entre eles Emilia Ferreiro (1999) e Fernando Capovilla (2000).
À medida que as capacitações iam acontecendo, os professores mostravam-se cada vez mais interessados em aprender, em trocar experiências e em socializar suas conquistas com as crianças, evidenciando um estado de paixão pela proposta do Programa, pois muitas diziam que além de resgatar as habilidades de lecto-escrita, as crianças recuperavam a auto-estima e mudavam seus comportamentos nas salas de aulas regulares...Vale destacar que as atividades do PROASE eram vivas, contextualizadas com as diferentes realidades das escolas, voltadas para música, atualidade e para os desejos dos alunos.
Onde há desejo, há aprendizagem e os resultados logo foram obtidos, pois ao longo das visitas às escolas era perceptível nas falas e nos olhos brilhantes dos alunos participantes do PROASE seu crescimento, sentindo-se protagonistas da construção do seu saber.
Isso pode ser observado no depoimento de duas crianças que afirmavam: “ O Proase me ajudou muito na leitura , porque eu estava muito devagar... e na produção de texto, antes eu escrevia e não tinha sentido e agora eu escrevo e todo mundo entende” (N. - 10 anos - aluno da E.M. José do Patrocínio).“ O Proase me ajudou muito, eu aprendi a trocar menos as letras na hora de escrever e minha mãe, meu pai, minhas avós, meus tios, e minha professora estão muito felizes” (R. – 11 anos – C.E . 29 de Maio).
Isso pode ser observado no depoimento de duas crianças que afirmavam: “ O Proase me ajudou muito na leitura , porque eu estava muito devagar... e na produção de texto, antes eu escrevia e não tinha sentido e agora eu escrevo e todo mundo entende” (N. - 10 anos - aluno da E.M. José do Patrocínio).“ O Proase me ajudou muito, eu aprendi a trocar menos as letras na hora de escrever e minha mãe, meu pai, minhas avós, meus tios, e minha professora estão muito felizes” (R. – 11 anos – C.E . 29 de Maio).
Percebe-se na fala desses alunos a alegria e o orgulho de constatar que eram capazes de superar os obstáculos que os impediam de avançar no processo de construção da escrita e leitura, devolvendo a auto-estima e o sabor de saber. Trabalhamos com a esperança de que, a cada dia, nossas crianças passassem a ver o mundo de uma maneira mais crítica e consciente. Uma consciência que advém da leitura e da escrita - instrumentos que nos levam a pensar, a refletir, a encontrar caminhos para nossa evolução pessoal e profissional.
Neste ínterim, constatamos que as visitas às escolas, as capacitações e os encontros na SMEC uniram coordenadores, diretores, OPs e professores, em torno de um mesmo ideal o “sucesso escolar”, construindo assim uma identidade institucional coletiva intitulada por estes de “família PROASE-SMEC”.
A educação tem de ser um setor movido pela paixão, pelo entusiasmo e pela competência - qualidades essenciais à difusão do conhecimento, e é essa essência do PROASE, a paixão pela Alfabetização. Um processo que deve ser aplicado à luz de uma ótica atraente, criativa, desafiadora, viva, bonita e eficaz, de modo que o educando sinta-se cativado e partícipe de maneira intensa das atividades da escola.
Parafraseando Chalita (2003) “professores devem ser artesãos, mestres na arte de misturar os ingredientes necessários para uma boa aula, ou melhor, para um banquete realmente inesquecível. Um banquete que permanecerá para sempre na memória dos aprendizes, como uma refeição indispensável ao seu crescimento e ao desenvolvimento de seu talento para viver - com saber e sabor”. Esse sabor com saber é explicitado na fala de muitos professores que relataram “gosto muito de trabalhar neste projeto, porque apesar de tanto tempo de prefeitura eu nunca vi um resultado tão imediato, com uma resposta tão positiva no desenvolvimento das crianças.” (Eliane – Professora do Proase – C.E. 29 de Maio).
Em 2008, o número de escolas ampliou-se e o PROASE aconteceu em mais de 32 escolas (urbanas e rurais)! Dados estatísticos mostram que em 2008 foram atendidos mais de 1.105.00 crianças entre 08 e 16 anos que se alfabetizaram e foram liberados do Programa, além de não repetir o ano letivo. O PROASE tem como característica principal, tornar o aluno independente, protagonista de sua aprendizagem. O aluno entra no PROASE, frequenta as aulas e quando aprende a ler e escrever é liberado!Não é uma aula de reforço que torna o aluno dependente, mas objetiva turbinar a aprendizagem e tornar o aluno auto-confiante em suas habilidades!
O PROASE apesar de ser um programa elaborado pela gestão 2006/2008, teve como principais autores cada professor que o colocou em prática em sua sala de aula e tornou real o sonho de uma alfabetização significativa e prazerosa. Essa é a essência da docência, ser inteiro no ensinar e no aprender, ter a consciência de que somos co-responsáveis pelo sucesso de nossos alunos e de que precisam de nosso apoio e crença nas suas potencialidades. É por isso que a profissão de professor é tão especial. É por isso que sou professora e me orgulho dos profissionais desta Rede Pública de Ensino que apesar das adversidades fizeram e FAZEM A EDUCAÇÃO ACONTECER...
Neste ínterim, constatamos que as visitas às escolas, as capacitações e os encontros na SMEC uniram coordenadores, diretores, OPs e professores, em torno de um mesmo ideal o “sucesso escolar”, construindo assim uma identidade institucional coletiva intitulada por estes de “família PROASE-SMEC”.
A educação tem de ser um setor movido pela paixão, pelo entusiasmo e pela competência - qualidades essenciais à difusão do conhecimento, e é essa essência do PROASE, a paixão pela Alfabetização. Um processo que deve ser aplicado à luz de uma ótica atraente, criativa, desafiadora, viva, bonita e eficaz, de modo que o educando sinta-se cativado e partícipe de maneira intensa das atividades da escola.
Parafraseando Chalita (2003) “professores devem ser artesãos, mestres na arte de misturar os ingredientes necessários para uma boa aula, ou melhor, para um banquete realmente inesquecível. Um banquete que permanecerá para sempre na memória dos aprendizes, como uma refeição indispensável ao seu crescimento e ao desenvolvimento de seu talento para viver - com saber e sabor”. Esse sabor com saber é explicitado na fala de muitos professores que relataram “gosto muito de trabalhar neste projeto, porque apesar de tanto tempo de prefeitura eu nunca vi um resultado tão imediato, com uma resposta tão positiva no desenvolvimento das crianças.” (Eliane – Professora do Proase – C.E. 29 de Maio).
Em 2008, o número de escolas ampliou-se e o PROASE aconteceu em mais de 32 escolas (urbanas e rurais)! Dados estatísticos mostram que em 2008 foram atendidos mais de 1.105.00 crianças entre 08 e 16 anos que se alfabetizaram e foram liberados do Programa, além de não repetir o ano letivo. O PROASE tem como característica principal, tornar o aluno independente, protagonista de sua aprendizagem. O aluno entra no PROASE, frequenta as aulas e quando aprende a ler e escrever é liberado!Não é uma aula de reforço que torna o aluno dependente, mas objetiva turbinar a aprendizagem e tornar o aluno auto-confiante em suas habilidades!
O PROASE apesar de ser um programa elaborado pela gestão 2006/2008, teve como principais autores cada professor que o colocou em prática em sua sala de aula e tornou real o sonho de uma alfabetização significativa e prazerosa. Essa é a essência da docência, ser inteiro no ensinar e no aprender, ter a consciência de que somos co-responsáveis pelo sucesso de nossos alunos e de que precisam de nosso apoio e crença nas suas potencialidades. É por isso que a profissão de professor é tão especial. É por isso que sou professora e me orgulho dos profissionais desta Rede Pública de Ensino que apesar das adversidades fizeram e FAZEM A EDUCAÇÃO ACONTECER...
As experiências que tive na coordenação do PROASE foram fantásticas, aprendi muito com cada diretor, com cada orientador pedagógico, com cada professor e aluno que convivi e acompanhei o trabalho!!!
O PROASE foi a minha grande inspiração e a minha grande realização na carreira do magistério, uma vivência que vou guardar para sempre em meu coração e memória!
Gostaria de agradecer a cada coordenador que trabalhou comigo nesta empreitada nesses dois anos, mas em especial quero agradecer a cada professor (Iná, Eliane, Gleicimara, Mércia, Ana Quitéria, Roseni...todas...), formamos em dois anos a família PROASE, QUE COM CERTEZA VAI CONTINUAR DANDO MUITOS FRUTOS!A semente foi plantada, regada, deu frutos, mas precisa continuar sendo cultivada para que a cada dia possa frutificar mais e mais e isso depende de cada professor, cada orientador pedagógico e cada diretor que acredita na Educação e luta pela política da continuidade daquilo que deu certo! Parabéns a todos os professores que participaram dessa magnífica experiência!