A utilização e a produção de vídeos digitais na sala de aula pode ser a possibilidade de integrar novas tecnologias, projeto pedagógico e pedagogias que privilegiam a construção do conhecimento. A educação não pode ser pensada separada da comunicação, principalmente por que "ninguém nasce feito", segundo Paulo Freire "vamos nos fazendo aos poucos, na prática social de que tomamos parte" (1997, p.: 79. E hoje as novas tecnologias, principalmente aquelas que servem de meios de comunicação são as grandes responsáveis pela formação.
Neste ínterim é preciso questionar a sala de aula e os recursos tecnológicos e audiovisuais. A estrutura didática precisa ser repensada, mesmo que esta exija dos professores novas competências e habilidades. "Quando se constrói materiais audiovisuais estamos utilizando uma linguagem muito específica que precisa ser reconhecia pelos alunos" (Garcia, 2006)
Hoje, o acesso à informação é cada vez mais facilitado pelos meios de comunicação. Seja por jornais, revistas, livros, rádio, televisão ou internet. Sendo que a internet está fundindo esses vários meios em um meio de múltiplos recursos. Múltiplos recursos esses que estão sendo traduzidos por uma palavra muito utilizada hoje – multimídia. Segundo Kampff e Dias (2003), multimídia significa muitos meios. E na educação, passa a ser uma “estratégia poderosa na utilização de múltiplos recursos que contemplam diferentes percepções do ser humano”.
Assim estou iniciando um estudo que pretende constatar e demonstrar que mais do que uma nova mania mundial, o vídeo pode ser usado por professores e estudantes. Esse recurso pode ser importante na tentativa de criar espaços de aprendizagem mais ricos, em momentos presenciais ou à distância. Também pode estimular a pesquisa, incentivar o compartilhamento de experiências, desenvolver competências individuais e possibilitar o trabalho em grupo. Para isso, inicialmente estamos utilizando o You Tube®, que mais do que um simples repositório de vídeos, oferece muitas possibilidades para o processo de ensino-aprendizagem. A idéia é explorar o grande impacto e motivação que provocam recursos on-line como o Youtube e aplicá-los à educação.
O Youtube foi criado em Fevereiro de 2005 por dois ex-funcionários do eBay®, Steve Chen e Chad Hurley (Fortes, 2006). O eBay® é um site norte americano de vendas e leilões que desde 2001 é acionista do site brasileiro Mercado livre.O objetivo dessa dupla era possibilitar às pessoas compartilharem seus vídeos de viagens. E foi com surpresa que viram o seu site se tornar um portal para outra dimensão. O You Tube® chegou à marca de 100 milhões de vídeos assistidos por dia em Julho de 2006 (Fortes, 2006).
A cada dia que passa, são colocados, algo em torno de 65 mil novos arquivos de vídeo digital, à disposição de quem quer assisti-los.A revista norte-americana Times classificou o You Tube® como a “Invenção do ano” (G1, 2006). Isso surgiu a partir de uma lista elaborada com as melhores invenções do ano em diversas categorias, como brinquedos, roupas, medicina, internet e residências. Mesmo sendo áreas muito diferentes, o You Tube® liderou a lista.
As possibilidades de utilização são várias, como por exemplo: como material de apoio, como portfólio do aluno ou até mesmo como uma TV educacional.O vídeo pode ser um instrumento poderoso na mão do professor, havendo a necessidade das escolas e colegas professores se empenharem na diminuição radical do analfabetismo digital entre os professores. Os professores precisam aprender a manusear as ferramentas digitais a seu favor e experimentar o uso das TICs no seu dia-a-dia.
O vídeo não é a solução de todos os problemas que o professor enfrenta em sala de aula. Pelo contrário, a inserção de novas tecnologias na escola pode acabar gerando mais trabalho. Porém o professor não pode se deixar abalar por isso. É necessário o foco nos resultados. Tentativa e erro, deve ser o alvo. Tentando-se formas diferentes de aplicação, e aprendendo-se com os próprios erros, pode-se chegar mais próximo da perfeição. E a perfeição para o professor deve ser o aprendizado significativo do seu aluno.
Como professora, posso dizer que o Youtube apresenta-se como um excelente recurso didático, na medida em que podemos encontrar vídeos preciosos sobre conteúdos, os quais estamos trabalhando em nossas aulas.Entretanto, o uso dessa ferramenta requer tempo de pesquisa, a fim de que possamos avaliar a qualidade do conteúdo do vídeo, pois este não pode ser utilizado como passatempo, mas como fonte disparadora de discussões e reflexões sobre o tema ou como complementação da aprendizagem.
Um exemplo disso, foi a utilização de um vídeo sobre Reuven Feuerstein utilizado na aula de Fundamentos Didáticos no Curso Normal Médio do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora para complementar as reflexões acerca deste pensador sobre a Teoria da Modificabilidade Cognitiva. A estratégia de utilização do vídeo em associação com o texto didático permitiu adotar a concepção do meio audiovisual como um elemento curricular, ratificando que as possíveis virtudes que ele pode ter no processo de ensino-aprendizagem não dependem exclusivamente de si mesmo, mas das relações que venham a ser estabelecidas com outros elementos curriculares, conforme assinalado por Bartolomé (1994).
Posteriormente, sugeri que as alunas do 3°. Ano do Curso de Formação de Professores a nível médio que em grupos produzissem pequenos vídeos acerca deste pensador, como uma forma de que elas também desenvolvessem a habilidade de integração texto didático e produção audiovisual.
É importante salientar que a proposta de elaboração da narrativa do vídeo tornou possível traçar um paralelo entre as linguagens visual e verbal-escrita. Observou-se que houve uma tentativa de vincular os textos às cenas, sugerindo a influência da imagem como elemento de comunicação e informação, ratificando que a linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas. As imagens apresentadas contribuíram para dar ainda mais significação à narrativa escrita, uma das habilidades a serem desenvolvidas no Ensino Médio.
Os 5 vídeos produzidos foram apresentados para toda a turma, que após a apresentação fizeram a análise de suas aprendizagens a partir dessa nova experiência. Uma aluna assim expressou “produzir esse pequeno vídeo deu muito trabalho, pois tivemos que aprender a trabalhar no movie maker, o que nos exigiu paciência para usar os múltiplos recursos dessa ferramenta, outra coisa é que esse trabalho exige pesquisa de imagens e também do texto que vamos escrever, tudo tem que estar relacionado. Mas no final... quando o vídeo fica pronto, sentimos uma sensação de competência, pois fomos capazes de produzir com nossa cabeça um material de qualidade para apresentar! Sem contar que aprendemos três vezes mais sobre Feuerstein!Muito bom mesmo! Todo professor deveria aprender a usar essa ferramenta.”
Desta forma, o meio audiovisual atuou como um elemento configurador de uma relação diferente entre professor, estudantes, conteúdos e objetivos, sobre o processo instrutivo.
Pode-se dizer que ele também incidiu nos processos cognitivos e atitudinais dos alunos, não se tornando um mero recurso auxiliar.A intervenção didática permitiu que os estudantes se tornassem agentes ativos de suas aprendizagens, criando textos, discutindo a relação entre a teoria e a prática de ensinar e aprender.O papel do professor no processo de ensino-aprendizagem foi de mediador, procurando estimular os alunos a aprenderem a aprender, tentando evitar uma prática sustentada no ensino por transmissão-recepção.O vídeo contribuiu para uma maior interação professor-alunos, criando um clima de descontração e entusiasmo no grupo, colaborando para que houvesse interação e participação efetiva
na aula.
Atividades significativas e prazerosas são realizadas quando professores e alunos desenvolvem as suas aulas pensando em uma maneira de socializar o que desenvolveram e aprenderam.
E o vídeo é uma excelente ferramenta que hoje está em qualquer máquina digital e que pode ser publicado na internet. È um recurso que tem uma relação direta com a televisão e que pode ser vinculado, imperceptivelmente, ao entretenimento, passando a ser prazeroso fazê-lo.
Sendo assim, a construção do vídeo passa a ser uma prática pedagógica mais comum nas escolas e nós precisamos nos atualizar nesta prática.
Veja um dos vídeos produzidos por um grupo de alunas do Curso Normal Médio do CENSA em novembro de 2008.
Liliana Azevedo Nogueira
Neste ínterim é preciso questionar a sala de aula e os recursos tecnológicos e audiovisuais. A estrutura didática precisa ser repensada, mesmo que esta exija dos professores novas competências e habilidades. "Quando se constrói materiais audiovisuais estamos utilizando uma linguagem muito específica que precisa ser reconhecia pelos alunos" (Garcia, 2006)
Hoje, o acesso à informação é cada vez mais facilitado pelos meios de comunicação. Seja por jornais, revistas, livros, rádio, televisão ou internet. Sendo que a internet está fundindo esses vários meios em um meio de múltiplos recursos. Múltiplos recursos esses que estão sendo traduzidos por uma palavra muito utilizada hoje – multimídia. Segundo Kampff e Dias (2003), multimídia significa muitos meios. E na educação, passa a ser uma “estratégia poderosa na utilização de múltiplos recursos que contemplam diferentes percepções do ser humano”.
Assim estou iniciando um estudo que pretende constatar e demonstrar que mais do que uma nova mania mundial, o vídeo pode ser usado por professores e estudantes. Esse recurso pode ser importante na tentativa de criar espaços de aprendizagem mais ricos, em momentos presenciais ou à distância. Também pode estimular a pesquisa, incentivar o compartilhamento de experiências, desenvolver competências individuais e possibilitar o trabalho em grupo. Para isso, inicialmente estamos utilizando o You Tube®, que mais do que um simples repositório de vídeos, oferece muitas possibilidades para o processo de ensino-aprendizagem. A idéia é explorar o grande impacto e motivação que provocam recursos on-line como o Youtube e aplicá-los à educação.
O Youtube foi criado em Fevereiro de 2005 por dois ex-funcionários do eBay®, Steve Chen e Chad Hurley (Fortes, 2006). O eBay® é um site norte americano de vendas e leilões que desde 2001 é acionista do site brasileiro Mercado livre.O objetivo dessa dupla era possibilitar às pessoas compartilharem seus vídeos de viagens. E foi com surpresa que viram o seu site se tornar um portal para outra dimensão. O You Tube® chegou à marca de 100 milhões de vídeos assistidos por dia em Julho de 2006 (Fortes, 2006).
A cada dia que passa, são colocados, algo em torno de 65 mil novos arquivos de vídeo digital, à disposição de quem quer assisti-los.A revista norte-americana Times classificou o You Tube® como a “Invenção do ano” (G1, 2006). Isso surgiu a partir de uma lista elaborada com as melhores invenções do ano em diversas categorias, como brinquedos, roupas, medicina, internet e residências. Mesmo sendo áreas muito diferentes, o You Tube® liderou a lista.
As possibilidades de utilização são várias, como por exemplo: como material de apoio, como portfólio do aluno ou até mesmo como uma TV educacional.O vídeo pode ser um instrumento poderoso na mão do professor, havendo a necessidade das escolas e colegas professores se empenharem na diminuição radical do analfabetismo digital entre os professores. Os professores precisam aprender a manusear as ferramentas digitais a seu favor e experimentar o uso das TICs no seu dia-a-dia.
O vídeo não é a solução de todos os problemas que o professor enfrenta em sala de aula. Pelo contrário, a inserção de novas tecnologias na escola pode acabar gerando mais trabalho. Porém o professor não pode se deixar abalar por isso. É necessário o foco nos resultados. Tentativa e erro, deve ser o alvo. Tentando-se formas diferentes de aplicação, e aprendendo-se com os próprios erros, pode-se chegar mais próximo da perfeição. E a perfeição para o professor deve ser o aprendizado significativo do seu aluno.
Como professora, posso dizer que o Youtube apresenta-se como um excelente recurso didático, na medida em que podemos encontrar vídeos preciosos sobre conteúdos, os quais estamos trabalhando em nossas aulas.Entretanto, o uso dessa ferramenta requer tempo de pesquisa, a fim de que possamos avaliar a qualidade do conteúdo do vídeo, pois este não pode ser utilizado como passatempo, mas como fonte disparadora de discussões e reflexões sobre o tema ou como complementação da aprendizagem.
Um exemplo disso, foi a utilização de um vídeo sobre Reuven Feuerstein utilizado na aula de Fundamentos Didáticos no Curso Normal Médio do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora para complementar as reflexões acerca deste pensador sobre a Teoria da Modificabilidade Cognitiva. A estratégia de utilização do vídeo em associação com o texto didático permitiu adotar a concepção do meio audiovisual como um elemento curricular, ratificando que as possíveis virtudes que ele pode ter no processo de ensino-aprendizagem não dependem exclusivamente de si mesmo, mas das relações que venham a ser estabelecidas com outros elementos curriculares, conforme assinalado por Bartolomé (1994).
Posteriormente, sugeri que as alunas do 3°. Ano do Curso de Formação de Professores a nível médio que em grupos produzissem pequenos vídeos acerca deste pensador, como uma forma de que elas também desenvolvessem a habilidade de integração texto didático e produção audiovisual.
É importante salientar que a proposta de elaboração da narrativa do vídeo tornou possível traçar um paralelo entre as linguagens visual e verbal-escrita. Observou-se que houve uma tentativa de vincular os textos às cenas, sugerindo a influência da imagem como elemento de comunicação e informação, ratificando que a linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas. As imagens apresentadas contribuíram para dar ainda mais significação à narrativa escrita, uma das habilidades a serem desenvolvidas no Ensino Médio.
Os 5 vídeos produzidos foram apresentados para toda a turma, que após a apresentação fizeram a análise de suas aprendizagens a partir dessa nova experiência. Uma aluna assim expressou “produzir esse pequeno vídeo deu muito trabalho, pois tivemos que aprender a trabalhar no movie maker, o que nos exigiu paciência para usar os múltiplos recursos dessa ferramenta, outra coisa é que esse trabalho exige pesquisa de imagens e também do texto que vamos escrever, tudo tem que estar relacionado. Mas no final... quando o vídeo fica pronto, sentimos uma sensação de competência, pois fomos capazes de produzir com nossa cabeça um material de qualidade para apresentar! Sem contar que aprendemos três vezes mais sobre Feuerstein!Muito bom mesmo! Todo professor deveria aprender a usar essa ferramenta.”
Desta forma, o meio audiovisual atuou como um elemento configurador de uma relação diferente entre professor, estudantes, conteúdos e objetivos, sobre o processo instrutivo.
Pode-se dizer que ele também incidiu nos processos cognitivos e atitudinais dos alunos, não se tornando um mero recurso auxiliar.A intervenção didática permitiu que os estudantes se tornassem agentes ativos de suas aprendizagens, criando textos, discutindo a relação entre a teoria e a prática de ensinar e aprender.O papel do professor no processo de ensino-aprendizagem foi de mediador, procurando estimular os alunos a aprenderem a aprender, tentando evitar uma prática sustentada no ensino por transmissão-recepção.O vídeo contribuiu para uma maior interação professor-alunos, criando um clima de descontração e entusiasmo no grupo, colaborando para que houvesse interação e participação efetiva
na aula.
Atividades significativas e prazerosas são realizadas quando professores e alunos desenvolvem as suas aulas pensando em uma maneira de socializar o que desenvolveram e aprenderam.
E o vídeo é uma excelente ferramenta que hoje está em qualquer máquina digital e que pode ser publicado na internet. È um recurso que tem uma relação direta com a televisão e que pode ser vinculado, imperceptivelmente, ao entretenimento, passando a ser prazeroso fazê-lo.
Sendo assim, a construção do vídeo passa a ser uma prática pedagógica mais comum nas escolas e nós precisamos nos atualizar nesta prática.
Veja um dos vídeos produzidos por um grupo de alunas do Curso Normal Médio do CENSA em novembro de 2008.
Liliana Azevedo Nogueira